Segundo matéria de 2017 da Revista Educação, é estimado que atualmente o número de crianças que crescem em ambientes bilíngues ou multilíngues esteja cada vez mais se equiparando – ou até superando – a quantidade de crianças que vivem em ambientes nos quais são expostas a somente uma língua.
Ainda conforme a matéria, é equivocado pensar que o aprendizado de um segundo idioma simultâneo ao primeiro seja prejudicial, pois a primeira a infância é uma fase em que o cérebro do ser humano apresenta uma considerável elasticidade, ou seja, tem maior potencial de aprendizado.
O aprendizado do bilinguismo é ainda mais potente quando a criança está inserida em contextos significativos e de acordo com sua faixa etária. Dentro das condições adequadas, a criança que aprende duas línguas leva, para isso, o mesmo tempo que a criança que aprende apenas uma. Porém, é claro que a individualidade do aprendiz deve ser levada em conta, ou seja, a capacidade de aquisição de linguagem pode variar de uma criança para outra, mesmo considerando idades iguais.
Ao aprender duas línguas simultaneamente, a criança tem possibilidades reais de conseguir organizar corretamente, em seu raciocínio, a estrutura linguística de cada língua e usá-la oralmente de acordo com o contexto. Isso acontece devido à sua capacidade de cognição.
Relação Exposição x Proficiência
A relação é simples: segundo a Revista Educação, quanto mais tempo a criança for exposta ao contexto de uma língua, mais ela tende a ser proficiente nessa língua – desde que esse contexto seja significativo.
Corroborando este fato, um estudo feito em 2018 pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) com 670 mil pessoas de idades e nacionalidades diversas constatou que o ideal para que um indivíduo chegue à fluência em um segundo idioma é que ele seja significativamente exposto a esse idioma até os 10 anos de idade, por conta da maior facilidade de aprendizado nessa fase da vida.
O que as pesquisas dizem
Pesquisas realizadas sobre bilinguismo na infância mostram que crianças bilíngues, que usam as duas línguas com proficiência considerável em ambas, têm vantagens cognitivas em relação às monolíngues.
Pesquisadores afirmam que a criança bilíngue tende a ter maior capacidade de manter o foco de sua atenção do que a criança monolíngue da mesma idade, além de ter aumentada sua capacidade de avaliar possibilidades e perspectivas para resolver uma determinada tarefa e de entender as intenções e pensamentos das pessoas, o que faz com que se adaptem mais facilmente a situações que exigem empatia e resiliência. O motivo desses ganhos é o fato da criança bilíngue estar sempre avaliando cada contexto social – mesmo que inconscientemente – para usar a língua correta.
Outras vantagens também são observadas em tarefas que exijam alternância de atividades, como, por exemplo, ler e fazer, ouvir e realizar uma tarefa.
Fique atento, em breve vamos divulgar um artigo especial sobre os benefícios que aprender uma segunda língua desde a primeira infância pode trazer para a pessoa quando ela for adulta. 😉
Fontes: Revista Educação e portal Terra