Pesquisas demonstram claramente o que é visto na sociedade brasileira atualmente: cada vez mais brasileiros buscam trabalhar fora do país. Segundo o site do jornal O Globo, de janeiro a outubro de 2019 a Receita Federal recebeu 22.327 declarações de saída definitiva do Brasil, número que já estava próximo de bater o recorde do ano anterior: 23.231 declarações.
Só em relação aos EUA, ainda segundo O Globo, em 2018 foram emitidos cerca de 27 % mais vistos para brasileiros a fim de trabalhar ou estudar no país do que em 2017. Até 2014, a concessão de vistos com esses intuitos não ultrapassava, por ano, aproximadamente 20% do total de 2018.
Esses números representam a quantidade crescente de brasileiros que querem residir e continuar suas vidas em definitivo – ou pelo menos por tempo indeterminado – em outros países e também a parcela que tem o intuito de passar um período pré-determinado no exterior, seja visando crescimento profissional ou para ganhar salários em moedas mais valorizadas antes de voltar ao Brasil.
Parte deste público têm sua imigração incentivada ou facilitada por empresas ou universidades que “encurtam” o caminho entre um país e outro, contratando profissionais estrangeiros e promovendo intercâmbios.
A isso, soma-se uma questão social importante: enquanto o mercado de trabalho global é cada vez mais sem fronteiras, diversos países necessitam de estrangeiros para a estratégia de seu crescimento ou rejuvenescimento populacional.
A Europa, por exemplo, há muito tempo não apresenta elevados níveis de natalidade, deficiência vista com mais nitidez em alguns países. Esse fato extrapola o Velho Continente e chega a países como o Canadá, que é um dos mais notáveis neste sentido.
E para sanar essa situação, esses países costumam promover sólidas políticas de facilitação da entrada de estrangeiros. No Canadá, por exemplo, segundo matéria da revista Veja publicada em setembro de 2019, o estrangeiro que entrar no país a fim de cursar graduação ou pós-graduação pode receber até 20 mil reais mensais do governo. Austrália e Nova Zelândia são outros países conhecidos por promoverem programas para receber profissionais do exterior.
Assim, a perfeita junção entre profissionais querendo ir para o exterior e países desejosos por receber esses profissionais acontece como uma engrenagem que se aperfeiçoa cada vez mais, como demonstram os números – que tendem a crescer com velocidade.
Reflexo no mercado estudantil
Acompanhando o crescimento da imigração de brasileiros a fim de trabalhar no exterior, nota-se o aumento também do número de estudantes brasileiros buscando experiências internacionais, como intercâmbios e cursos de graduação.
Conforme publicado no site do Guia do Estudante em maio de 2020, a Associação Brasileira de Intercâmbio afirmou que, em 2018, houve um crescimento de 37% no número de estudantes que saíram do país para cursar a graduação no exterior, em comparação com 2017.
De forma semelhante com o que acontece no mercado profissional, esses números são reflexo de programas de facilitação da entrada de estudantes estrangeiros que instituições de ensino internacionais promovem abertamente.
É claro que um estudante ou profissional que tenha como objetivo ir para o exterior continuar os estudos ou buscar crescimento terá grande vantagem diante de outros se, desde a infância, vivenciar situações não só bilíngues, mas que o coloque em contato com outras culturas. Daí vem a importância de uma escola que tenha esses fatores em seu planejamento pedagógico desde a Educação Infantil, ou seja, uma escola que tenha um ensino bilíngue forte.